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História Homenagem

Dona Suzana Craveiro Costa de Medeiros

Mestra de várias gerações, exerceu o magistério como um sacerdócio.

30/08/2018 às 15h52 Atualizada em 07/02/2021 às 07h58
Por: Phablo Monteiro Fonte: Texto: Maria Lúcia Medeiros
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Dona Suzana Craveiro Costa de Medeiros
Dona Suzana Craveiro Costa de Medeiros

Nasceu Suzana Craveiro Costa de Medeiros na cidade de Cruzeiro do Sul, no Estado do Acre, no dia 7 de fevereiro de 1918. Filha de D. Adelaide Sampaio Craveiro Costa com o renomado historiador e jornalista brasileiro João Craveiro Costa.

Jovem inteligente, voltada para os estudos e apaixonada por literatura, concluiu o curso Normal em Maceió, estado de Alagoas e, aos dezesseis anos assumiu seu primeiro emprego na Usina Sinimbú, em São Miguel dos Campos, para ajudar nas despesas da casa, pois seu pai havia falecido repentinamente, deixando uma prole de 10 filhos, inclusive o caçula portador de necessidades especiais.

Perseguindo seus objetivos profissionais, a jovem professora ingressou no magistério público através de concurso público, sendo designada para a cidade de Atalaia, assumindo o exercício de suas funções no antigo Grupo Escolar Floriano Peixoto, fundado em 1935, pelo escritor Graciliano Ramos, onde também exerceu a função de Diretora.

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A brejeirice da morena normalista encantou a todos e, particularmente conquistou o coração do jovem Manoel de Medeiros Salgado (conhecido como Seu Manú), vindo a contraírem núpcias no dia 14 de janeiro de 1939. Desse casamento nasceram cinco filhos: José Humberto, Maria Lúcia, Armênio, Osmar e Cláudio Jorge, cuja descendência atual soma netos, bisnetos e trinetos.

Dona Suzana, mestra de várias gerações, exerceu o magistério como um sacerdócio. Fiel aos preceitos da ética educacional continuou sua obra ganhando credibilidade e confiança de todos os segmentos da educação, quando em 1958 foi convidada para assumir a Direção do Ginásio Nossa Senhora das Brotas, pertencente à Campanha Nacional de Educandários Gratuitos e que, com a criação do Curso Pedagógico, em 1968, passou a denominar-se Colégio Normal Nossa Senhora das Brotas, cuja entidade mantenedora passou a ser a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade.

Jubilada pelo tempo de serviço prestado ao Estado de Alagoas, aos 14 de abril de 1965, prosseguindo com a missão de educar e formar jovens para o futuro, quando seu valor foi reconhecido pela comunidade local, recebeu em abril de 1970 o título de Cidadã Atalaiense, outorgado pela Câmara de Vereadores do Município. Seu legado de educação e prestação de serviços à comunidade tornou-a conhecida e respeitada em todo o Estado, pela forma de competência e honestidade com que dirigia e conservava o patrimônio do Colégio mais tradicional do município.

Por motivo de doença, entregou a direção do Colégio no ano de 1989, porém, nunca deixou de preocupar-se com o andamento de suas atividades. Sua última visita ao colégio que tanto amava aconteceu no dia de seu falecimento, num misto de despedida e saudade. O livro de história dessa baluarte da educação encerrou sua crônica de forma sutil e serena no dia 27 de setembro de 1990, deixando um exemplo de fé na educação, a força capaz de transformar o mundo.

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