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Eberard Eloy de Medeiros Cabral

Prefeito de Atalaia de 1933 a 1934. Foi o 4º prefeito pós-revolução de 30.

16/02/2021 às 20h36 Atualizada em 28/08/2021 às 10h05
Por: Phablo Monteiro
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Ex-prefeito de Atalaia, Eberard Eloy de Medeiros Cabral.
Ex-prefeito de Atalaia, Eberard Eloy de Medeiros Cabral.

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Eberard Eloy de Medeiros Cabral, natural do município de Atalaia, nasceu no dia 1° de dezembro de 1881. Filho do Coronel Antônio Elias de Araújo Cabral e de Idalina de Souza Medeiros. 

É cunhado do Tenente Eustáquio Toledo Machado, que era casado com sua irmã Júlia de Medeiros Cabral. Tio dos ex-deputados estaduais Cícero Cabral Toledo e João Cabral Toledo. 

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Em Atalaia, era proprietário e residente no Engenho Boa Vista e também dono de um armazém na cidade.

Casa-se com Maria José de Miranda Cabral, com quem teve uma única filha de nome Maria Lyrss Cabral. Sua filha nasceu na Fazenda Grutão, em Atalaia.

Sua filha casou com Isaac Vieira Peixoto, primo legítimo do ex-presidente Floriano Peixoto. Tiveram quatro filhos: Márcio Jorge Cabral Peixoto (falecido), Frederico Alberto Cabral Peixoto (falecido), Lyrss Maria Peixoto Batinga e Maria Tereza Peixoto D’avila.   

Após mandatos de seu cunhado Eustáquio Toledo e do irmão deste, Joaquim Toledo Machado, no Conselho Municipal de Atalaia, passa Eberard a ser o representante da família no Legislativo municipal.  

Foi eleito Conselheiro Municipal para o período de 7 de janeiro de 1907 a 7 de janeiro de 1909 e reeleito para o período de 7 de janeiro de 1909 a 7 de janeiro de 1911. Durante este período exerceu a Intendência o senhor Serapião Lopes de Farias.

Chegou a exercer o cargo de delegado do município de Atalaia.

Eberard Cabral foi prefeito da cidade de Atalaia, na condição de interventor, entre os anos de 1933 a 1934, nomeado pelo Interventor Federal no Governo de Alagoas, Capitão Afonso de Carvalho. Foi o 4º prefeito pós-revolução de 30. 

Sucedeu Eberard Cabral na chefia do executivo municipal, ainda em 1934, o senhor Antônio Dantas. A informação consta na RELAÇÃO DE INTENDENTES E PREFEITOS, publicada primeiramente pelo historiador Aminadab Valente no seu Livro Atalaia: Sua Historia (1957) e, republicada pela historiadora atalaiense Vandete Pacheco no Livro Atalaia, Último Reduto dos Palmarinos (1980). 

A grande obra de seu governo, que é possível ter conhecimento, é o inicio da construção do Grupo Escolar Floriano Peixoto, em 1933. A obra passou pela gestão de mais três prefeitos, até ser inaugurada em 1935, por José Miguel de Vasconcellos Netto.

O inicio desta obra foi destaque do jornal Diário de Pernambuco em 1933, edição n° 234. “Conforme deliberação do Governo, foi aberto um crédito de 30:000$00 para ocorrer às despesas da construção dum Grupo Escolar, cuja direção ficará a cargo do sr. Eberard Cabral, prefeito deste município. O local escolhido para o mesmo edifício já foi demarcado, tendo uma extensão de 40 metros quadrados. É provável que os trabalhos começarão com a máxima brevidade, pois, no referido local já se acha material para os alicerces do mesmo prédio”.   

A mesma edição do Jornal Diário de Pernambuco, destacava a visita do  engenheiro de obras públicas em Atalaia. “De passagem por esta cidade, esteve o sr. Dr. Luiz de Oiticica, diretor de obras públicas do Estado, tratando de melhoramentos da cidade e outros assuntos, bem como da continuação da Estrada de Rodagem que ligará esta cidade a de Palmeiras dos Índios”.

Ainda no cargo de prefeito de Atalaia, foi o responsável por recepcionar a ilustre visita do ministro José Américo de Almeida, da Viação de Obras Públicas do Governo Vargas, ao município. Também fizeram parte da recepção ao ministro, os ex-prefeitos Manoel Miranda, Dr. João Carlos e José Gomes, o juiz José Jerônimo de Albuquerque, o delegado de policia – tenente Mousinho, entre outros. 

Anos mais tarde, passa a residir na cidade de Maceió. Sua residência ficava vizinha ao prédio do arcebispado. Um imóvel próximo da estação ferroviária, na Rua Barão de Anadia, n° 86.

“Residiu por um longo tempo em frente a estação ferroviária de Maceió, onde todas as manhãs recebia leite vindo do interior e comercializava na cidade para as padarias e sorveterias da época. O conheci bastante, pois meu pai era um dos fornecedores de leite e eu, como estudante interno do Colégio Diocesano, na Rua Macena, onde hoje funciona a Secretaria de Agricultura, tinha a ordem de pegar com ele o trocadilho de ir para o Cinema e comprar os doces e gibis da época. Isso se deu entre os anos de 1956 a 1958. Eberard era muito receptivo e alegre”, lembra o poeta Cícero Toledo Neto.

Faleceu em sua residência, enquanto dormia ao lado de sua esposa Maria José, no ano de 1964. Tinha 83 anos de idade. 

Sua neta Lyrss Maria lembra de um avô muito religioso, que não perdia uma procissão e que vivia o presente sem pensar no futuro. “Era um homem totalmente desprovido de ambição; não tinha apego a nada material. Foi uma pessoa que teve posses e terminou com o essencial para sobreviver. Não podia ver algum parente ou amigo precisando que ele ia ajudando, doando e assim foi. Ajudou muito aos seus empregados, a Igreja, etc. Vivia o presente sem pensar no futuro. Viveu o EVANGELHO! Foi muito querido pelos sobrinhos e sobrinhas. Morou com ele até sua morte uma sobrinha, que era muito querida, irmã do Tonho, chamávamos Maricota (Cota). Amava o neto Frederico (Fred), que nasceu no seu dia 01 de dezembro. Tudo que tinha para resolver ia sempre a pé, talvez por isso que era magrinho e tinha boa saúde”.

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