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História Homenagem

Dr. Alfrêdo de Maya

Foi Deputado estadual e federal, secretário de estado, jornalista, consultor jurídico, advogado e pecuarista.

12/08/2018 às 13h35 Atualizada em 03/06/2021 às 13h12
Por: Phablo Monteiro
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Dr. Alfredo de Maya
Dr. Alfredo de Maya

Nasceu em Atalaia, Alagoas no dia 07 de fevereiro de 1879. Advogado e político alagoano com forte liderança durante várias décadas. Foi Deputado estadual e federal, secretário de estado, jornalista, consultor jurídico, advogado, pecuarista. Filho de Manoel M. Farias Maya e Francisca Emilia de Farias Maya. É pai do escritor e político atalaiense Emilio Eliseu de Maya.

Estudou em sua terra natal. Formado pela Faculdade de Direito da Bahia em 1903. Trabalhou no gabinete do governador da Bahia, que o conhecera como orador de sua turma, na solenidade de diplomação. Logo volta a Alagoas para apoiar o governador Euclides Malta , sendo nomeado Consultor Jurídico do Estado.

Foi deputado estadual, nas legislaturas 1905-1906; 1907-1908 e 1909-1910. Deputado federal eleito pelo Partido Republicano Conservador - nas legislaturas 1915-1917 e 1918-1920.

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Volta a Alagoas para continuar sua atuação na política local. Encontrava-se na Paraíba, em 1930, quando os revolucionários vencedores o escolhem para um dos membros da Junta Revolucionária local. Regressa a Maceió e torna-se Secretário de Fazenda no Governo do Interventor Freitas Melro em 1930. Foi Procurador-geral do Estado.

Ex-Secretário de Fazenda e de Segurança de Alagoas após o movimento de 30, era partidário da firme interferência do Estado na economia e em todos os assuntos privados, tendo realizado histórica viagem pelo interior, para tratar pessoalmente da expulsão dos cangaceiros do Estado, visitando cada protetor. Em sua saída, sempre muito discreto, não fazia comentários, mas iam diminuindo os coitos no Estado.

Sobre o cangaço, Alfredo de Maya afirmara em 1931: "O cangaço impenitente comprometia o Governo, por envolver algumas figuras importantes... Tratava-se de desenvolver uma ação militar conjugada a medida de ordem jurídica, policial e política, sobre os coiteiros e protetores."

Fundador e presidente da UDN, tendo renunciado ao cargo em 1946. Foi membro do IHGA.

Obras Versos Íntimos; Informações Prestadas ao Sr. Interventor Federal no Estado de Alagoas pelo Dr. Alfredo de Maia, Secretário da Fazenda, Sobre o Exercício Financeiro de 1930. Como estudante colaborou no Diário da Bahia, como também no primeiro número da revista EXEDRA, em 1907.

Faleceu no município de Maceió, Alagoas no dia 19 de novembro de 1967.

Em janeiro de 1968, o deputado federal Aloysio Nonô, também atalaiense, prestou-lhe uma homenagem póstumas na Tribuna da Câmara:

"Sr. Presidente, Srs. deputados, desejo prestar, nesta oportunidade, a última homenagem a um grande brasileiro falecido no meu Estado, exatamente no dia 19 de novembro do ano passado, aos 88 anos de idade.

Trata-se do Dr. Alfredo de Maya, ex-representante de Alagoas no Congresso Nacional. O Dr. Maya,, como era conhecido, nasceu em fevereiro de 1879, no município alagoano de Atalaia. Filho de pais pouco remediados, fez com grandes dificuldades seus estudos iniciais em Maceió, onde completou os preparatórios. No Recife começou seu curso na antiga Faculdade de Direito de Pernambuco, transferindo-se, depois para a FFaculdade de Direito da Bahia, onde Bacharelou-se no ano de 1903.

Retornou-se ao seu Estado nata, onde orientado pelo seu velho pai, montou banca de advocacia. Ingressou logo depois na política, e foi eleito Deputado Estadual para o período de 1905/1906, e também para o perídod de 1909/1910. Em oposição ao antigo Partido Democrata,, foi eleito Deputado Federal para a legislatura 1915/1917 e reeleito para a seguinte 1918/1920. Inteligência privilegiada, excelente orador, foi considerado na época, pelo Deputado Federal Erasmo de Macedo, Líder da Bancada de Pernambuco na Câmara dos Deputados, como um dos expoentes do Parlamento Nacional.

Com o advento da Revolução de 1930, foi um dos três Membros da Junta Governativa que assumiu o Governo do Estado de Alagoas, nos primeiros dias de outubro daquele ano, quando da deposição do Governador Álvaro Corrêa Paes. Em seguida, foi Secretário do Interior interino, no Governo do primeiro Interventor Federal, o saudoso Médico Hermilo de Freitas Merlo.

Afastou-se da militância política, elegendo seu único filho, Dr. Emylio Eliseu de Maya, Jovem Bacharel de 22 anos, Deputado Federal por Alagoas para a legislatura de 1934/1938. Com o brusco e prematuro falecimento do ex-deputado Emylio de Maya, que já se ensaiava como escritor com a publicação do livro "O Brasil e o Drama do Petróleo", retirou-se o Dr. Alfrêdo Maya definitivamente da vida político-partidária do meu Estado e também da sua grande banca de advogado conceituado e culto.

Desfazendo-se de suas fazendas da Zona da Mata, nos município alagoanos de Atalaia e Murici, internou-se praticamente na sua grande Fazenda Bemfica, situada no sertão de Alagoas, município de Cacimbinhas. Ali, em companhia de sua bondosa e fiel companheira de todas as horas, Dona Regina de Maya, dedicou-se com entusiasmo inaudito às atividades agropastoris, e viveu todos esses anos tendo sempre presente em sua memória e em seu coração de pai extremoso, tenho certeza, a figura brilhante e simpática do seu inesquecível filho.

Em pleno sertão de Alagoas, como verdadeiro oásis, a Fazenda Bemfica serve de exemplo e de estímulo a todos aqueles que, lutando contra a intempérie, acreditam que um dia aquela tão sofrida região nordestina será a redenção do meu valoroso Estado.

A admirável criação Nelore, de raça pura; o excelente pomar, com as mais variadas espécies de fruteiras de origem nacional e estrangeira; a exuberante variedade de papoulas, que sempre foram a grande paixão do Dr. Maya, ali ainda permanecem, à margem da antiga BR-26, como prova do trabalho, da persistência e do carinho do seu inexcedível criador.

Ao Dr. Alfredo de Maya, esse exemplo de homem, de político, de agricultor, de criado, esta minha modesta e última homenagem. À sua Exma. família, o meu profundo sentimento de pesar!"

* Com informações do site cpdoc.fgv.br e da Câmara dos Deputados.

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