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História Tonho Sapateiro

“Versos de Um Lambe Sola” peça teatral da Associação Joana Gajuru é inspirada na obra de Antônio Aurélio de Morais

O poeta atalaiense era conhecido como Tonho Sapateiro, por conta de seu ofício.

23/11/2020 às 22h36 Atualizada em 06/12/2020 às 21h23
Por: Phablo Monteiro Fonte: Fotos: Divulgação
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“Versos de Um Lambe Sola” peça teatral da Associação Joana Gajuru é inspirada na obra de Antônio Aurélio de Morais

Os poemas matutos do atalaiense Antônio Aurélio de Morais, presentes no livro Versos de um Lambe Sola, foram transformados em uma premiada apresentação teatral da Associação Teatral Joana Gajuru. O poeta atalaiense faleceu em novembro de 2015, vítima de insuficiência respiratória.

É o quarto espetáculo de palco do grupo e foi premiado com o Programa BNB de Cultura 2010 – Parceira BNDES. Foi um dos espetáculos de teatro alagoano, mais vistos no estado.

“Versos de Um Lambe Sola” é uma adaptação de Eris Maximiano e Waneska Pimentel da obra homônima do ex-sapateiro Antônio Aurélio de Morais. A peça estreou no dia 6 de julho de 2007 no Teatro do Centro Cultural Sesi, em Pajuçara, Maceió. Com direção de Eris Maximiano, o espetáculo leva para o palco, de forma cômica, temas como a fome, o salário mínimo, a violência, a miséria, a vida do trabalhador comum e momentos vividos pelo próprio autor e que são narrados em seu livro de poemas.

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A peça, que faz parte do repertório do Joana Gajuru, mantém a característica do grupo, que nesta montagem manteve a pesquisa, a musicalidade e elementos da cultura popular alagoana e nordestina.

O autor de “Versos de Um Lambe Sola” aprendeu a ler e escrever somente após os 40 anos de idade. A partir daí, passou para o papel seus versos, na forma como as pessoas falavam. Seus poemas são líricos, ao falar de paixões, saudades e de sua terra natal, mas extremamente pontuais ao criticar governos, políticas e ao apontar soluções para uma vida mais digna para o povo pobre do país. Exemplo disto está na poesia, que é encenada pelo grupo na forma original, “Meu Ofiço e Meu Brazi”: “Derna a epa qui nasci. Qui duas coiza aprendi. A guarda nu coração. Uma foi sê sapatêro. A ôta sê brazilêro. Amá a minha nação”.

“Antonio Aurélio de Morais, sapateiro, poeta, nasceu em Atalaia (Alagoas), em 1927. Analfabeto até os 45 anos de idade, ao se alfabetizar inicia uma nova vida agora como leitor, inclusive das gramáticas, como assinala o poeta Sidney Wanderley. Tonho, como é conhecido, lançou o livro: Versos de um Lambe Sola, na terceira edição. O poeta Sidney Wanderley, o jornalista Paulo Poeta, o ator Chico de Assis entre outros foram os grandes divulgadores da obra de Antônio Aurélio. Entre os inúmeros poetas alagoanos, Tonho é um dos que se destaca, pois escreveu toda a sua obra com base na vida do povo, no cotidiano dos trabalhadores. É um poeta popular”, destaca Geraldo de Majella.

Direção: Eris Maximiano Assistente de direção: Waneska Pimentel Adaptação: Eris Maximiano e Waneska Pimentel Figurinos: Eris Maximiano e Ivana Iza Cenário: Idéia Concreta Iluminação: Eris Maximiano Maquiagem: Ivana Iza Direção Musical: Tércio Smith Treinamento Psico-físico: Thiago Sampaio Fotos e material gráfico: Renata Voss Assistência de produção: Ediel Tavares Coordenação de produção: Mônica Carvalho de Almeida Direção de produção: Eris Maximiano.

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