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Artigo I De volta à terra adotiva. Por Professor Ezio Lima

"É o reencontro que marca o retorno às origens e enche o coração de alegria e muitas vezes os olhos de lágrimas".

14/12/2021 às 21h57 Atualizada em 19/12/2021 às 22h15
Por: Phablo Monteiro
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Cidade de Atalaia-AL
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Voltar à Atalaia, minha terra adotiva é sempre uma sensação agradável, muitas vezes comparada a um sonho. Rever lugares antigos onde outrora a vida sorria e a alegria era constante e real... 

Encontrar velhos amigos e abraçá-los e relembrar momentos de paz e de intensa felicidade. Recordar passeios e brincadeiras sadias que o tempo e a distância não conseguiram apagar... 

É o reencontro que marca o retorno às origens e enche o coração de alegria e muitas vezes os olhos de lágrimas. Tudo recomeça de volta à terra adotiva. O coração bate mais forte, a curiosidade é aguçada diante de tudo que se descortina e toca. Sons e imagens que antes faziam parte apenas da imaginação, agora são realidade, algo palpável que sorri e nos convida.

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O vento, símbolo da liberdade, bate no rosto, espalha os cabelos brancos e comunica a sua mensagem, oferecendo a sua especial recepção. As ruas com as suas esquinas e suas poesias parecem entender o momento e se enchem de novidades que podem ser pequenos detalhes que agora revemos e amamos. É a alegria presente em tudo vestindo de cores o doce regresso.

Cada passo que se dá é como se os pés pisassem um solo sagrado. Às vezes uma pequena flor se transforma num lindo objeto. Um pássaro que passa voando parece dizer com sua beleza que em cada recanto dessa terra se respira amor e liberdade.

Tudo tem um significado maior e uma atração quase irresistível. O rio Paraíba turbulento e cristalino evoca momentos de intenso prazer quando de nossas pescarias com diletos amigos tomava-se o inevitável banho e realizavam-se as peripécias da vida. É o passado que reaparece e deixa no peito as suas marcas.

Uma saudade teimosa chega nas asas do vento e traz nuances de um lindo passado. Quanta recordação nos vem nesse enlevo feliz! Mas é preciso ater-se ao presente e aproveitar um mundo de novidades que parece não ter fim. O passado não pode se impor em detrimento do presente.

Em meio a tantos sonhos, recordações e uma agradável realidade, de repente paira um sentimento diferente, e uma outra realidade aparece e mexe aflorando outras reações que vêm em forma de tristeza... Aquela alegria aos poucos se desvanece, o sol se esconde... O que será que está acontecendo com nossa Atalaia neste momento?

Um olhar fixo e profundo pousa sobre tudo ao redor. Uma dor aguda, sintomática aperta o peito... Aproxima-se o momento de deixar a terra adotiva, o berço que me acolheu com tanto carinho - e transmitiu lições de amizade... e inspirou os primeiros amores... Enfim, aproxima-se a hora da despedida.

Malas prontas, carro pronto, motor ligado, agora só resta aguardar o momento de dizer adeus. É difícil se despedir, mas isto se faz necessário. Talvez em um futuro próximo aqui estarei de volta. De volta à terra adotiva. Até lá! 

ACORDEI! 

(parodiando o dileto amigo Zeca Paulo: “se soubesse não tinha ligado o carro”).

*Ezio Lima do Nascimento é professor doutor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

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