A história é absolutamente fundamental para um povo. Quem não sabe de onde vem, não sabe para onde vai. Atalaia é uma terra com uma história econômica associada aos antigos engenhos banguês e as modernas usinas, isso por ser uma localidade tipicamente canavieira.
Não é conhecida a data em que os primeiros engenhos surgiram em Atalaia, mas até o ano de 1870 nossa cidade possuía apaixonadamente 60 engenhos, que com pouca tecnologia, produziam pouquíssimo.
Com o avanço da tecnologia naquele contexto, nasceu a primeira usina de Alagoas em nosso município: a Brasileira, que funcionou entre 1890-1958. Considerada uma das usinas de maior produtividade no Brasil, mas que por consequência de várias crises, ela é fechada.
Atalaia perdeu também a usina Ouricuri, virtude de pouca tecnologia, problemas gerenciais e entre outros problemas.
Atalaia hoje detém apenas a antiga usina Uruba, que foi uma transformação de engenho para usina em 1906.
O Grupo João Lyra tomou a administração em 1975. Em 2013 foi fechada por crises financeiras, contudo voltou a funcionar após 2 anos de fechamento, o que trouxe grande impacto na economia local: empregos e rendas. Atualmente é chamada de Copervales.
Atalaia também usufruiu da experiência com a companhia metalúrgica de Alagoas S. A (Comesa).
Já atualmente, em relação a questão de indústria, a então gestão Zé do Pedrinho adotou aquilo que chamamos de: política de incentivo e de atração de indústria.
Foi com a criação do “Distrito industrial: nova atalaia”. Porém, infelizmente o processo de instalação das empresas que tinha interesse não efetuou-se, o resultado seria o maior desenvolvimento econômico. É por isso que a nova gestão está tentando reativar. Infelizmente o projeto parou e hoje existe muita concorrência,pois foi um paradigma para outros município: Rio Largo.
Com a tentativa de atração de indústria, o poder público esqueceu os demais setores que geram empregos e renda aqui em nosso município: comércio e agropecuária.
O comércio varejista em Atalaia tem a capacidade, segundo os dados do Banco do Nordeste, de gerar em torno de 366 vínculos empregatícios, com a capacidade de remuneração média de (R$) 975.
Por isso é importante o poder público oferecer um tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas (políticas liberais: redução de exigências etc), conduzir ações como: ofertar crédito, capacitação, assistência técnica, regulamentação, inscrição com baixa carga tributária.
Promoção de parceiras com universidades/faculdades para oferecer cursos na área de empreendedorismo e matemática financeira.
Lembrando que a estimulação aos pequenos negócios e aos empreendimentos cooperativos podem ter impactos positivos na estrutura social.
Agricultura, pecuária e serviços relacionados podem ajudar o município também, haja vista que Atalaia tem grandes tendências nestas áreas.
Esses setores geram em média 5.260 empregos, através da produção agrícolas de cana-de-açúcar, banana, batata-doce etc.
Vale lembrar que a Lei nº 11.947/2009 e a Resolução n° 26 do FNDE – determina a utilização de no mínimo 30% dos recursos repassados para alimentação escolar, na compra de produtos da agricultura familiar.
É de suma importância a utilização correta desse repasse para gerar renda aos agricultores locais. Usar como um mecanismo para o desenvolvimento local.
Os caminhos são óbvios: investir naquilo que já possuímos: comércio local, agricultura, pecuária e a revitalização do Distrito industrial.
Lógico que a maioria das ações não é algo imediato, é necessário o planejamento, uma boa elaboração dos instrumentos orçamentários e as burocracias ainda existem, todavia, o que não pode faltar é vontade política da parte dos nossos representantes.
Por fim, é importante também que a sociedade civil participe do debate, é necessário se mantenha a disposição em promover espaços para o necessário debate econômico e defende que somente por meio da informação e do diálogo democrático, é possível construir um caminho de desenvolvimento.