Muito se pregou a mudança no último pleito eleitoral de 2020, onde a sociedade gritou através das urnas, que as velhas práticas não eram mais toleráveis. Por essas razões e outras, a atual prefeita foi eleita com a maior votação na história de Atalaia, sendo a primeira mulher a chefiar o Executivo em mais de um século de existência. Contudo, é necessário que a mudança não ande em direção “apenas” do Executivo municipal, mas, para a sociedade também.
Tancredo Neves quando foi eleito presidente do Brasil com o Marketing de mudança, levou uma jornalista a fazer uma pergunta interessante: o que vai mudar no Brasil? Com a sua paciência, lhe respondeu: “a mentalidade, o comportamento e o estilo de governo”.
A primeira mordida: houve uma mudança no estilo de governo? Eu digo que houve sim, em diversos aspectos e é bom relembrar que alterar as regras do jogo requer: vontade, tempo e sacrifício, pois uma das mudanças foi a estratégia de comunicação. Na gestão anterior havia um marketing mais tímido, já na atual, ele é mais explicito que dar a impressão que é uma das ferramentas para fazer valer o slogan: transparência, mas vai além, uso isso como ilustração.
A sociedade também levou a mudança para o Legislativo, com personagens novos que sntão se inovado dentro das suas concepções. Mas, vejo que para alguns está faltando oxigênio. É normal, mas tem que superar e seguir em frente com o advento das redes sociais. É necessário que alguns entenderem que é preciso acompanhar as tendências da sociedade, não há lugar para fazer política do jeito antigo. Acho que alguns fingem não entender.
Houve um ponto negativo na mudança no Legislativo: o número de mulheres diminuiu, isso não é bom para a democracia, pois os vereadores são “representantes” do povo, elegermos mais mulheres no Legislativo é necessário e saudável para a democracia.
Mas, como disse anteriormente, é necessário a sociedade mudar e esse é o ponto essencial do artigo hoje: Atalaia precisa não somente de mudança no estilo de governo, mas na mentalidade e comportamento da sociedade e, sim, qualquer mudança precisa de um estímulo que na minha opinião já tivemos muitos. Mudar esse, agora é o dever de todos que não querem voltar ao passado! A construção é sempre difícil, contudo o resultado é satisfatório. Aqui também deixo claro, não é um sermão sobre anarquia popular, penso que a sociedade tem que casar com o poder público, colocar o anel no dedo.
João Ubaldo Ribeiro dizia que não existe política sem poder, ou seja, quem não está no poder, está somente fazendo “blábláblá” (houve tempos que concordava). Existe um ideário que quem faz blábláblá é uma pessoa chata, sem razão, irritante, burocrática até mesmo caloteira, mas uso essa “analogia" para uma sociedade que fala, participa e todas palavras que sejam sinônimos.
A sociedade civil organizada tem um poder imerso, contudo é necessário acompanhamos as tendências. Eu não prego um ceticismo político, muito pelo contrário, acredito na política, mas também penso que é necessário a sociedade se autogovernar, afinal os tempos das cavernas passou.
Por fim, é necessário lembrar: fazer blábláblá não é gritar, perseguir ou alguma tipologia, caso alguns pensen isso, é um erro sistemático e orgânico. Aí é no sentido clássico.