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Manoel Melquisedeck de Farias Maia

Foi advogado, político, militar, jornalista e servidor público estadual.

Phablo Monteiro
Por: Phablo Monteiro
23/04/2022 às 20h12 Atualizada em 29/04/2022 às 00h38
Manoel Melquisedeck de Farias Maia
Manoel Melquisedeck de Farias Maia.

Em 10 de dezembro de 1856, nascia Manoel Melquisedeck de Farias Bittencourt. Caçula entre os sete filhos do senhor Francisco Joaquim de Farias Bittencourt com a senhora Margarida Maria da Conceição. Foi advogado, político, militar, jornalista e servidor público estadual.

Descendente de portugueses. Seu avô paterno, o senhor Antônio de Farias Bittencourt veio de terras lusitanas para se estabelecer na Vila de Alagoas do Sul (atual Marechal Deodoro), onde vivia do ofício de Mestre construtor de embarcações. De lá o Sargento-Mor Antônio Farias espalhou suas raízes por outras importantes vilas alagoanas, entre elas a Vila de Atalaia, onde nasceu João de Farias Bittencourt, pai do primeiro Intendente (prefeito) de Atalaia, Francisco Guilherme de Farias Bittencourt. 

Manoel possuía uma mancha escura no lado direito de seu rosto. Antigamente as pessoas chamavam de “macha de maia”, e, por isso, ficou conhecido como Manoel da Maia, apelido que parece não ter lhe incomodado, já que adotou e incorporou o Maia no lugar do Bittencourt, passando a assinar MANOEL MELQUISEDECK DE FARIAS MAIA. 

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No livro Pétalas Esparsas, Poemas de Emílio de Maya, de Benita Mathilde de Maya Pedrosa e Maria Emília de Maya Gomes, na página 168, faz referência ao apelido de Manoel Melquisedeck como sendo “O Malha”. Porém, em vários jornais da época aparece Maia.

Em Atalaia, casa-se com a senhorita Francisca Emília de Farias Bittencourt, “Chiquinha”, filha de seu primo e líder politico local, Francisco Guilherme de Farias Bittencourt.

Desse matrimônio, que mantinha assim pura a linhagem da tradicional família Farias Bittencourt, nascia em Atalaia no dia 07 de fevereiro de 1879, o único filho do casal, ALFREDO DE FARIAS BITTENCOURT. 

Seu filho foi advogado e político alagoano com forte liderança durante várias décadas. Foi Deputado estadual e federal, secretário de estado, jornalista, consultor jurídico e pecuarista. 

Em homenagem ao pai, teve seu nome mudado em cartório de Atalaia, passando a assinar ALFREDO DE FARIAS MAYA. 

É avô do escritor Emílio Eliseu de Maya, atalaiense nascido no engenho Patrocínio, que foi deputado federal por Alagoas de 1935 a 1937. 

Bisavô da renomada artista plástica alagoana e colecionadora de arte popular, Tânia de Maya Pedrosa. 

   

Francisco Bittencourt (sogro), Francisca Emília (esposa), Alfredo Maya (filho) e Emílio de Maya (neto).

Manoel Melquisedeck de Farias Maia tem grau próximo de parentesco com importantes nomes da história de Atalaia, a exemplo dos ex-prefeitos Joaquim Fortunato Bittencourt Filho e Genário Cardoso de Farias. Tio-avô do ex-senador da República, Arnon Affonso de Farias Mello.  

Em Atalaia foi proprietário dos engenhos Mosquito e Patrocínio. 

Bacharel em Direito, exerceu a advocacia em Atalaia, Pilar e Maceió. 

Jornalista, foi proprietário, diretor e redator do Jornal O Pilarense, o primeiro jornal da Vila do Pilar, que começou a circular em 5 de março de 1870. Utilizava um pequeno prelo cedido pela União Liberal. Periódico comercial, noticioso e literário. Era bissemanal. Também foi diretor do Jornal Quinze de Novembro, que era publicado em Maceió.

Membro do partido liberal, Manoel Melquisedeck foi eleito vereador da Vila Atalaia na década de 70 do século XIX. Oportunidade em que se transformou em uma importante liderança local, tanto que concorreu pelo Terceiro Distrito, a qual Atalaia fazia parte, ao cargo de deputado provincial.

Foi eleito deputado provincial por quatro Legislaturas consecutivas: 1880-81; 1882-83; 1884-85 e 1886-87. Também foi eleito deputado estadual na Legislatura 1893-94.

Em 1878, foi vitima das inquietações políticas que tanto inflamou os ânimos locais em Atalaia naquela época. Segundo O Liberal, de Alagoas, em 26 de fevereiro daquele ano, as 12 horas da noite, estava o capitão Manoel Melquisedeck de Farias Maia em uma residência daquela Vila, na companhia do escrivão de órfãos Ignácio Sarmento de Moraes, do chefe do partido liberal daquela localidade o tenente-coronel José Miguel de Vasconcellos e do juiz municipal Dr. João Hollanda Cunha, quando foram surpreendidos com dois tiros disparados de emboscada sobre eles. “Ferimentos graves na pessoa do referido escrivão Moraes, que se acha em perigo de vida, e alguns leves, pelo que parece, no capitão Maia”, destaca o Jornal. 

Foi o primeiro capitão dos portos internos durante a Guerra do Paraguai, segundo publicação do Catálogo do Parlamento de Alagoas, Período Republicano.

Também residiu na cidade de Parahyba (atual Capela), onde foi proprietário do engenho Victória.

Tenente-Coronel da Guarda Nacional, chegou a ser comandante do 13º Regimento de Cavalaria, situado em Parahyba, mas que pertencia ao Comando Superior de Atalaia.

No começo do século XX, passa a residir no município de Maceió, transferindo inclusive seu domicilio eleitoral para aquela cidade, em 8 de abril de 1905. No ano seguinte, aparece como suplente no Conselho Municipal, pelo Partido Republicano.

Integrou o Diretório do Partido Republicano, se tornando uma das lideranças do partido. 

Funcionário público. Foi fiscal do serviço de iluminação de Maceió e diretor da Biblioteca Pública do Estado.

Fez parte do Apostolado Republicano, uma sociedade formada por intelectuais e patriotas, com o objetivo de promover atividades culturais e civis. Chegou a presidir a Sociedade Cavalheiros da Época. 

Faleceu Manoel Melquisedeck de Farias Maia no dia 9 de outubro de 1918, em Maceió. Tinha 61 anos de idade.

No centro, Dona Chiquinha Bittencourt, logo acima o Dr. Alfredo Maya ao lado de sua esposa, suas filhas, genros e netos. Foto: Tânia de Maya Pedrosa

Engenho Patrocínio, em Atalaia-AL.

* Com informações do livro Pétalas Esparsas, Poemas de Emílio de Maya, de Benita Mathilde de Maya Pedrosa e Maria Emília de Maya Gomes, na página 168; Livro ABC das Alagoas, Catálogo do Parlamento de Alagoas, Período Republicano e Jornal O Pilarense. 

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