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Copervales finaliza ciclo 2020/21 com mais de 856 mil toneladas processadas e bate novo recorde de produção

Indústria, antiga Usina Uruba, é administrada por fornecedores de cana

10/04/2021 às 10h13 Atualizada em 16/04/2021 às 08h27
Por: Phablo Monteiro Fonte: Editoria do Gazeta Rural
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Copervales finalizou ciclo 20/21 com crescimento de safra em comparação a moagem anterior - Foto: Divulgação
Copervales finalizou ciclo 20/21 com crescimento de safra em comparação a moagem anterior - Foto: Divulgação

Com um modelo inédito em Alagoas, onde fornecedores de cana se uniram para criar a Cooperativa Agrícola do Vale do Satuba (Copervales), a empresa, que assumiu desde 2015 o comando da usina Uruba, localizada no município de Atalaia e pertencente a massa falida do Grupo João Lyra, finalizou a safra 20/21 com um total de 856.434 toneladas (t) de cana processadas o que representou um crescimento de 1,65% em comparação a moagem passada.

Do total de cana moída, mais de 54.657 toneladas foram de cana própria; 714.954 t de cooperados e 86.822 t procedentes de terceiros. De acordo com dados da unidade industrial, foram produzidas 86.182 toneladas de açúcar VHP, que tem como destino os mercados americano e mundial, além de 7.093 toneladas de açúcar cristal, que é comercializado com no mercado interno, totalizando, nesta safra, 93.275 toneladas de açúcar. A unidade industrial produziu ainda nesta moagem 43.299 toneladas de melaço.

“Apesar da pandemia, o mercado está melhor. O dólar ajudou Alagoas que exporta muito açúcar. O preço do açúcar foi bem melhor que os ocorridos no ano passado. Acredito que, no próximo ano, continue até melhor. Isso vai ajudar muito no ciclo seguinte. A maioria das usinas deve ter feito bons negócios, principalmente no que se refere a exportação”, destacou o presidente da Copervales, Túlio Tenório.

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De acordo com Tenório, os bons resultados obtidos pela cooperativa são fruto também de um trabalho conjunto de fornecedores comprometidos com a produção e profissionais competentes nas áreas industrial, agrícola e administrativa. “Aliado a isso, contamos com empenho dos cooperados de produzir mais e melhor. Isso, sem sombra de dúvidas, ajudou muito a Copervales a se fortalecer no mercado. Hoje, é uma indústria sadia e sólida”, afirmou.

Contando com 162 cooperados, a unidade industrial também investiu no plantio perfazendo uma área de canavial de dois mil hectares no ciclo 20/21. A unidade conta com uma produtividade média de 70 toneladas de cana por hectare, estando acima dos números obtidos antes de a cooperativa assumir a usina.

Considerada uma das principais fontes de geração de emprego e renda na região da zona da mata, a usina da Copervales contou, no ciclo 20/21, com 402 colaboradores urbanos e 1.411 rurais, gerando - no período de moagem - 1.813 empregos diretos e mais de 1.500 indiretos.

Arrendamento

Em 2015, após assumir o controle da antiga usina Uruba, com o contrato de arrendamento junto a massa falida do Grupo João Lyra, a Copervales realizou a distribuição de áreas entre os cooperados. “Eles tocam essas áreas e nós ficamos apenas com uma parte menor que requer mais cuidado. A maioria das terras, que seriam três mil hectares, está distribuída com os cooperados. Eles estão produzindo bem. Praticamente, toda a área foi plantada”, informou.

Satisfeito com os resultados conquistados, o presidente da empresa afirmou que a cooperativa está trabalhando para a renovação do contratado do arrendamento.

“Estamos buscando a prorrogação do arrendamento. Estamos aguardando o posicionamento da Justiça da massa falida do Grupo JL. Sem a cooperativa e os seus cooperados, a usina, hoje, não teria como se auto sustentar. Afinal, uma usina com 200 mil toneladas de cana não funciona. Atualmente, só é viável manter a indústria em atividade por conta dos cooperados. Nas terras da usina só tem cana porque arrendamentos e os cooperados estão produzindo. Chegar onde estamos hoje não foi fácil. Mas, a união de todos foi importante para termos sucesso no arredamento desta usina” reforçou Tenório.

Túlio Tenório destacou a união de forças dos fornecedores para levar a usina da Copervales a se tornar uma empresa sólida - Foto: Divulgação

De acordo com Henrique Acioli, fornecedor cooperado que trabalha com o subarrendamento de áreas da Uruba, a cada ano investimentos são feitos no canavial com o propósito de ampliar a produção. “Desde 2015, estamos plantando e aumentando safra, investindo em equipamentos e em tecnologia. Nestes cinco anos que se passaram, fizemos plantio de áreas de fundação e renovação. Fazemos o melhor que nós podemos para produzir mais. A gente paga o arrendamento anual que é descontado na safra. Com um nível de produtividade elevado, o investimento se paga e compensa o trabalho que nós temos”, declarou.

Entusiasmado com as conquistas obtidas, o fornecedor de cana aposta as esperanças na renovação do contrato de arrendamento da Copervales com a massa falida do Grupo João Lyra. “Esperemos que dê certo e que possamos continuar trabalhando. Isso é importante para todos, fornecedores, municípios da região e para o Estado. A usina gera renda e movimenta os municípios. Precisamos ter a garantia da continuidade deste arrendamento. Precisamos renovar o canavial e os investimentos são pesados. Os custos são altos também na manutenção que é feita todos os anos. A gente faz o plantio os custos são diluídos em cinco a seis anos com a colheita da cana”, alertou Henrique Acioli.

Juarez Acioli reforçou a importância da renovação do contrato de arrendamento da usina para continuidade dos investimentos na indústria e no canavial - Foto: Divulgação

“Fora os nossos cooperados, tivemos nesta safra a participação de 113 fornecedores de cana, além de 1.177 clientes envolvido na cooperativa e 874 fornecedores de material e serviços. Diante de todo este cenário, a Copervales tem uma grande importância para toda a região, girando a economia”, afirmou o diretor Administrativo e Financeiro, Juarez Acioli.

De acordo com o diretor da cooperativa, quando a Uruba, que pertence a massa falida do Grupo João Lyra, parou de funcionar provocou uma série de dificuldades para toda a região, atingindo em especial o município de Atalaia. “Quase a metade dos empregados da usina, na safra, são do município. Os fornecedores ficaram com menos uma opção para moer a cana e com a crise que estava na época foi muito complicado para todos nós. Mas, quando a Copervales assumiu a usina, assumimos o compromisso para a usina moer com a maior quantidade de cana possível”, destacou Acioli, lembrando que a Copervales está na sexta safra de cana na usina.

Henrique Acioli acrescentou que investimentos no canavial são altos, mas que resultado compensa o trabalho - Foto: Divulgação

De acordo com ele, apesar das dificuldades existentes em qualquer empresa, a superação vem resultando em bons frutos. “O cooperativismo é um bom modelo. Inclusive, estamos tentando criar uma central de cooperativas. Tivemos contanto com o pessoal de Pernambuco e com a Pindorama para que possam ser realizadas compras e vendas ainda maiores”, ressaltou.

Atualmente, a Copervales chega a beneficiar 19 municípios da região, são eles: Anadia, Atalaia, Boca da Mata, Branquinha, Cajueiro, Capela, Messias, Maceió, Marimbondo, Murici, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte, São José da Laje, São Miguel dos Campos, Satuba, Teotônio Vilela, União dos Palmares e Viçosa.

* reprodução da reportagem do Editorial Gazeta Rural - Gazeta de Alagoas, dia 13 de março de 2021.

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