Todo governo deixa as suas primeiras impressões. Se falarmos em Juscelino traremos à nossa memória sua política desenvolvimentista, representada principalmente pelo ingresso da indústria automobilística no Brasil. Da mesma forma ocorre no âmbito municipal, a nova administração do município nos primeiros 28 dias de governo fabricou impressões, principalmente na esfera socio-econômica e isso é o ponto de partida para essa hermenêutica.
O Executivo vem mitigando dificuldades, ou seja, quase uma escatologia econômica para governar. Por isso foi essencial colocar novos parâmetros econômicos para tentar reduzir os gastos públicos e diminuir ao máximo a máquina pública, a exemplo do corte das gratificações dos servidores públicos.
A primeira impressão é essa: o argumento que o município não tem capital, porém, já já esse argumento vai passar, uma hora o dinheiro chega, pode não ser o suficiente, mas chega.
Por qual razão chegamos a essa tribulação econômica? Atalaia não é uma elite econômica como era no movimento de transformação dos engenhos para usinas. Atalaia não cresce há décadas e isso não é apenas um fato da Prefeitura e sim do município como um todo que não tem essa capacidade de produzir capital interno. Atalaia não tem grandes empresas, etc. A Prefeitura acaba sendo o refúgio e a galinha dos ovos de ouro ou pelo menos era (?).
A solução para isso seria políticas liberais de forma sistemática e metafísica, e a sociedade de economia mista, ou seja, uma parceria entre o setor público e a iniciativa privada.
Segunda impressão que tenho é: a gestão aspira mostrar um ascetismo político, palavra “ascetismo” pode ser substituída por “humildade”. Desde do início é possível perceber essa busca por humildade política - pintar meio-fio e a prefeita abrir mão do seu próprio salário.
Ação ascética automaticamente configura medida populista - atitudes populistas é como uma faca de dois gumes, pode ajudar e prejudicar.
Em relação ao senso comum isso ajudou, todavia para a comunidade do senso cientifico (cientistas político e jornalistas) que são céticos em relação a humildade política, então, para eles essas ações não passa de “jogada de marketing político”.
No entanto, em relação a recusar da prefeita de receber o salário é compreendido quando se olha o contexto da nossa cidade. É um ato símbolico para justificar os cortes econômicos nos cofres públicos e para ser uma espécie de paradigma – um dos secretários a seguiu. Isso pode ajudar em algumas áreas internas no município.
Terceira impressão: a vontade de criar novas regras do jogo, isto é: a tão sonhada mudança.
É injusto que o jogo continuasse com as mesmas regras da gestão anterior. A Atalaia precisa se adaptar e se encaixar as novas regras. Não adianta querer mudança apenas no período eleitoral, agora é o momento da prática.
Uma das novas regras é: economizar em todas as esferas, em todos os cargos e escalões.
Essas novas regras do jogo podem construir uma nova forma de caminhar. A nova gestão é um caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar. Qual o distino desse caminho? O desenvolvimento socioeconômico. Os primeiros passos foram dando: Atalaia participará de diversos projetos, a exemplo do Minha Cidade Linda, o que vai melhorar a habitação social de várias partes da cidade.
Na esfera social a Secretaria de Assistência Social vem realizando diversas ações importantes, junto com a de Infraestrutura, ocasionando limpezas pela cidade e parceiras de campanha está sendo se tornado metafísico.
Enfim, cada governo com suas impressões. Impressões que vão se apagando com o passar do tempo, permanecendo apenas as mais fortes, sejam elas positivas ou negativas. O tempo, somente o tempo para definir. O tempo, de forma implacável, estabelece no imaginário popular aquilo que ficará glorificado ou estigmatizado.