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Major Sabino da Silva Moraes

Industrial, foi proprietário da Usina Vitória, em Atalaia.

30/07/2020 às 21h46 Atualizada em 28/08/2021 às 10h10
Por: Phablo Monteiro
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Major Sabino da Silva Moraes.
Major Sabino da Silva Moraes.

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Em 11 de julho de 1861, nascia Sabino da Silva Moraes, filho de Antônio Moraes Sarmento e Francisca Carolina de Moraes Sarmento. Nasceu no Engenho Bragança, propriedade de seu pai, que ficava localizado na região da Serra da Nacea, em Atalaia.

Descende de uma nobre família portuguesa, com origem em Trás-os-Montes, que “era uma das seis grandes divisões administrativas em que se encontrava dividido o território de Portugal, desde o século XV”, (Wikipédia).

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Com a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, em decorrência da invasão napoleónica em Portugal, seus ascendentes, que trabalhavam para Dom João VI como Vassalos do Rei, vieram para o Brasil, então colônia portuguesa. Mesmo com o retorno de Dom João VI a Portugal, sua família preferiu continuar em território brasileiro. 

É primo de Roque Liberato, Barão da Vila de Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Casa-se com Veneranda (ou Venerauta) Maria da Conceição, com quem teve oito filhos: Aniceto, Maria da Silva Moraes, José Sabino de Moraes, Rufina, Mathildes, Estefânia, Tertuliana e Platão. 

Seu segundo matrimônio foi com Maria Caetana da Silva, com quem teve nove filhos: Arator, Evangelina, Leônidas, Epaminondas, Pedro, Lourival, Beatriz, Petrônio e Noêmia.

Membro do Partido Republicano em Atalaia, Major Sabino da Silva Moraes foi eleito em três oportunidades seguidas, como Conselheiro Municipal. Foi Conselheiro Municipal de 07 de janeiro de 1907 a 07 de janeiro de 1909, de 07 de janeiro de 1909 a 07 de janeiro de 1911 e, por último, de 07 de janeiro de 1911 a 07 de janeiro de 1913, quando nesta oportunidade ocupou a função de vice-presidente. 

Foi proprietário dos engenhos Vitória, Humaitá e Carnaúba. 

O Major Sabino da Silva Moraes foi um dos nomes apontados pela Revista Anuário Nordestino, como uma das grandes figuras da agricultura em Atalaia. “Homens cujo caráter, cuja dedicação ao engrandecimento do solo pátrio, está no conhecimento de todos que ali vivem. Incontestavelmente constituem aquelas figuras valioso  patrimônio da terra alagoana. Sem o concurso deles, não teria sido possível fundar-se em Atalaia, a agricultura florescente que fomos encontrar. Feliz a terra que pode orgulhar-se de ter filhos como (...) Cel. Sabino Moraes (...), representam eles a grande reserva moral daquela terra, o esteio mais sólido para que continuem de pé as instituições, os costumes, nosso modo de viver, nesse conturbado período histórico que estamos vivendo". 

Ao lado de três dos seus filhos, Platão, Epaminondas e Pedro, foi um dos fundadores da Cooperativa de Plantadores de Cana do Vale do Paraíba, em 12 de março de 1946. O objetivo desta cooperativa era instalar uma moderna Usina que reuniria treze bangüês, situados na fértil região do município de Atalaia. 

Outros fundadores da cooperativa foram: Dr. Rômulo Toledo (Presidente), Pedro José de Oliveira, José Moreira Ávila, Abel Tenório Lins, José Bastos Moreira, José da Costa Tenório, Lourival Melo, Jonas de Farias Melo, Floriano Marinho de Melo, José Vieira Melo, João Câncio de Melo, Miranda de Oliveira Tenório, José de Oliveira, Etério José de Oliveira, Afonso de Vasconcelos Montenegro, Luís de Melo e Benedito de Melo Bastos.

Também foi proprietário da Usina Vitória, a sexta a existir em Atalaia, conforme nos conta Vandete Pacheco em seu Livro Atalaia Último Reduto dos Palmarinos. "Originou-se do engenho vitória pertencente ao Major Sabino da Silva Morais, transformado em usina em 1949 pelo mesmo proprietário. Moeu apenas três safras, paralisando suas máquinas por questão de família” (CAVALCANTE, 1980, p. 84).

Para o professor Carlos Abreu, no artigo A CULTURA CANAVIEIRA EM ATALAIA APOGEU E DECADÊNCIA, publicado no site Atalaia Pop, a Usina Vitória tinha tudo para ser próspera em Atalaia. “A Usina Vitória do Cacau funcionou por apenas três safras, já que a morte de seu dono ocasionou uma batalha familiar entre os herdeiros, o que só chegou ao fim com a divisão das terras da usina nos anos seguintes. Se não fosse isso, estima-se que seria uma das usinas mais prósperas de Atalaia, já que durante suas atividades a produção não parava de crescer”.

As ruínas da antiga Usina Vitória ainda se mantém de pé, pertencendo agora ao Grupo JaRp, especialistas na criação de cavalos da raça Quarto de Milha.

O Major Sabino da Silva Moraes faleceu em 1951, na cidade de Atalaia. 

Em sua homenagem, em 1967, uma Escola localizada na Fazenda Paissandú, região conhecida também como Cabeça de Boi, recebeu o nome de Grupo Escolar Sabino Moraes. A iniciativa foi do  então prefeito Zeca Lopes. Atualmente essa Escola não está mais em funcionamento.

Ruínas do antigo Engenho/Usina Vitória, localizado em Atalaia. Foto: Alberto Vicente.

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