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História Homenagem

Aristides Lopes da Rosa Agra

Prefeito de Atalaia entre os anos de 1936 a 1937.

03/06/2020 às 17h16 Atualizada em 20/03/2022 às 12h34
Por: Phablo Monteiro
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Ex-prefeito de Atalaia, Aristides Lopes da Rosa Agra.
Ex-prefeito de Atalaia, Aristides Lopes da Rosa Agra.

Aristides Lopes da Rosa Agra nasceu no dia 7 de julho de 1876, na cidade de Santa Luzia do Norte, Alagoas. Filho do Sr. Joaquim Pereira da Rosa Agra e Dona Thereza de Jesus Agra.

Ainda residindo em Santa Luzia do Norte, casa-se com Dorotheia Lopes de Lima, com quem teve nove filhos: Mário Lopes Agra, Luís Lopes Agra, Celsa Lopes Agra, Laura Lopes Agra, Armênia Lopes Agra, Anita Lopes Agra, Hylda Lopes Agra, Maria Amália Lopes Agra e Enaura Lopes Agra.

É avô do ex-vereador de Atalaia Hilton Agra de Albuquerque (já falecido) e do engenheiro agrônomo Mário Agra Júnior, ex-superintendente do INCRA em Alagoas. É bisavô do ex-vereador de Atalaia Hilton Agra Filho (já falecido) e do atual vereador por Barra de São Miguel, Beto Agra.

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Na primeira década do século XX, foi eleito Conselheiro Municipal em sua cidade natal, durante a Intendência do Coronel Manoel Thomaz da Silva.  

Passa a residir na cidade de Atalaia junto com sua família, em seu engenho Timbó. Também foi proprietário dos engenhos Riacho Preto e Boa Sorte, todos localizados em Atalaia.

O cuidado com a preservação da natureza em suas propriedades, é uma lembrança destacada por sua neta Salete Agra. “Um aspecto que eu observava era o seu cuidado com a natureza. Nunca permitia que alguém desmatasse suas reservas de matas”, destacou.   

Filado ao Partido Nacional, partido simpatizante ao presidente Getúlio Vargas, disputa as eleições realizadas em 14 de outubro de 1934, para Assembleia Constituinte do Estado de Alagoas. Obteve ao todo 2.844 votos, ficando como suplente na Legenda.  

Em 1935 se candidata a chefia do executivo atalaiense, disputando e vencendo o pleito eleitoral de novembro daquele ano, a primeira eleição municipal pós-revolução de 1930 e a primeira da história atalaiense com algum grau de competitividade eleitoral. Foi o 24º prefeito de Atalaia.

Salete Agra nos conta que sua candidatura a prefeito de Atalaia se deu por uma grande insistência de grupos políticos ligados à família, já que “ele era uma pessoa muito discreta e que se dedicava intensamente ao trabalho e à família”.

Governou o município de Atalaia de janeiro de 1936 até novembro de 1937, quando o advento do golpe do Estado Novo fechou os órgãos legislativos e nomeou interventores para a chefia dos executivos. Foi nomeado prefeito interventor Joaquim Fortunato Bittencourt Filho.

Uma curiosidade é que durante seu mandato, o prefeito Aristides Lopes da Rosa Agra apresentou em algumas oportunidades, pedidos de licença à Câmara Municipal, para tratar de sua saúde. Durante essas licenças, assumiu a chefia interina do município, o vereador Joaquim Fortunato Bittencourt Filho, então presidente do Poder Legislativo.

Já na década de 70, nos últimos anos de sua vida, passa a residir em Maceió, deixando aos filhos a administração de suas fazendas. Tinha 96 anos de idade quando faleceu.

“Sempre se preocupou em dar aos seus filhos uma educação aprimorada. Morava numa fazenda, mas teve a preocupação de colocar professoras para acompanhar o desenvolvimento escolar da prole, enquanto estes não tivessem a idade de estudar em colégios. Tinha um temperamento forte, porém nunca alterava a voz ao chamar a atenção disciplinar dos filhos ou empregados”, destaca Salete Agra.

Para Mário Agra Júnior, a maior riqueza que ele fez questão de deixar de herança foi a educação dos filhos. “Mesmo sendo um homem rico, seu grande investimento na época foi a educação formal de seus filhos. Meu pai, Mário Lopes Agra, estudou no Diocesano em Maceió, depois foi para o Recife e em seguida foi para Salvador, onde se formou em Direito. Outras pessoas, nas mesmas condições dele, não investiram como ele, na educação dos filhos”, destacou.   

Mesmo tendo convivido pouco com seu avô, Mário Agra Júnior lembra que foi uma pessoa muito avançada para o seu tempo. “Não aceitava tratamento discriminatório ao ser humano e detestava violência. Tenho informações que as pessoas que trabalhavam em suas fazendas, recebiam mais do que nas propriedades da região e tinham um tratamento diferenciado. Sua casa sede tinha energia elétrica desde a década de 40”.

Em sua homenagem, uma praça localizada no bairro José Paulino, recebeu o nome Praça Aristides da Rosa Agra.

Aristides Lopes da Rosa Agra e sua esposa Dorotheia Lopes de Lima.

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